quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Oficina de arte para idosos – Lar São Vicente de Paula – Joanópolis – SP



Em agosto de 2012 conheci a fisioterapeuta Aline Poli nas oficinas do Projeto Acolher, em Joanópolis - SP, pacata estância turística que escolhi para viver há 15 anos. A convite de Aline, passei a realizar a atividade no Lar São Vicente de Paula, instituição voltada a idosos, na mesma cidade.

Leia post sobre as oficinas no Lar São Vicente de Paula em agosto e outubro de 2012.
http://silvioalvarez.blogspot.com.br/2012/10/oficina-de-colagem-para-idosos-lar-sao.html

No dia 29 de novembro, com o apoio de Aline Poli, Juliana Antonia Campos, Mariane Carvalho, Ruth Padula Hohagen, Tatiani Oliveira, e profissionais da casa, realizei a terceira oficina na instituição. Desta vez também contei com a presença de minha mãe, Maria Amália Alvarez.


Este é um daqueles projetos que são iniciados naturalmente, com total despretensão, e que acabam ganhando corpo e atraindo apoiadores graças ao resultado positivo. A ideia é proporcionar aos idosos do Lar São Vicente de Paula momentos de descontração e de contato com a arte. Nesta terceira oficina optei por deixar um pouco a colagem de lado e propor uma atividade apenas com pintura.





Na abertura da oficina sugeri aos idosos o conceito poético de que os sentimentos têm cores, e que as cores também têm sentimentos. Falei de algumas cores tradicionalmente associadas às emoções e pedi que os participantes dissessem quais as cores que cada emoção citada lhes fazia pensar...

- Qual é a cor do amor?
- Azul, disse-me uma idosa.

- Qual a cor da alegria?
- Amarela, disse-me um senhor.

- E a saudade, qual a cor da saudade?
- A saudade é branca, declarou uma das idosas.



A seguir propus que cada participante produzisse um pequeno quadro em papel cartão, 20 x 20 cm, pintando com os dedos, em látex branco e corantes. O resultado foi maravilhoso. Nesta terceira atividade desenvolvida na instituição constato o quanto é importante a continuidade e a constância de um trabalho nestes moldes. Em dezembro tem mais!






domingo, 25 de novembro de 2012

Colagem - esta técnica tem História - Ferreira Gullar – O Poeta e a Colagem



Ferreira Gullar - Amante de gatos e de colagem

O poeta declarou ao jornal O Estado de São Paulo: "Certo dia, eu preparava uma colagem com recortes de jornal e deixei um esboço sobre a mesa." "Quando voltei, percebi que meu gato passara por cima dos recortes e alterara completamente a ilustração que eu tinha feito. E ficou muito melhor! Deixei exatamente como estava."

A mencionada ilustração compõe o livro Bananas Podres, editado pela Casa da Palavra, e ajudou Ferreira Gullar a conquistar o Prêmio Jabuti de 2011 de Melhor Ilustrador. Além de recortes e colagens, no livro o poeta utiliza pintura, desenho, entre outras técnicas. 

"Adotei aquela situação casual como técnica", explica. "Vou ordenando os recortes de forma aleatória, sem nenhuma definição. Quando o resultado me faz pensar em algum objeto ou animal, eu crio um título e finalizo o trabalho."

José Ribamar Ferreira, natural de São Luis, rebatizado aos 18 anos como Ferreira Gullar, era ainda um garoto quando começou a pintar. Contudo, a poesia falou mais alto.

Abaixo ilustrações do livro Zoologia Bizarra





Fontes:

Um mundo feito de colagens – O Estado de São Paulo – 31/10/2012 http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-mundo-feito-de-colagens,953792,0.htm

A Gazeta – Vitória – ES – Tiago Zanoli - 02/11/201
O célebre poeta Ferreira Gullar ganha destaque por suas pinturas e colagens
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/11/noticias/cultura/1370628-o-celebre-poeta-ferreira-gullar-ganha-destaque-por-suas-pinturas-e-colagens.html

Portal Cronópios - O insólito bestiário de Gullar: poética da intermitência – Cláudio Rodrigues  – 17/06/2011
http://www.cronopios.com.br/site/critica.asp?id=5072

sábado, 24 de novembro de 2012

Entrevista ao The Huntington´s Post – Oficinas de colagem na Associação Brasil Huntington




A WeHaveAFace.org, sediada na Florida, Estados Unidos, é a primeira organização internacional fundada com o objetivo de promover uma ampla conscientização a respeito da Doença de Huntington, por intermédio de um documentário.  

A Doença de Huntington (DH) é uma desordem hereditária do cérebro que afeta pessoas de todas as raças em todo mundo. Recebeu o nome do Dr. George Huntington, médico de Long Island (EUA), que publicou uma descrição do que ele chamou “coréia hereditária”, em 1872. Originada da palavra grega para “dança”, coréia se refere aos movimentos involuntários que estão entre os sintomas comuns da DH.

A DH é uma doença degenerativa cujos sintomas são causados pela perda marcante de células em uma parte do cérebro denominada gânglios da base. Este dano afeta a capacidade cognitiva (pensamento, julgamento, memória), movimentos e equilíbrio emocional. Os sintomas aparecem gradualmente, em geral nos meados da vida, entre as idades de 30 e 50 anos. Entretanto, a doença pode atingir desde crianças pequenas até idosos. (fonte: site ABH) 

A convite de James Valvano, Diretor da WeHaveAFace.org, concedi entrevista ao The Huntington´s Post para falar sobre as oficinas de colagem realizadas na Associação Brasil Huntington, para pacientes, familiares e cuidadores. 




Leia a entrevista ao The Huntington´s Post - em português e inglês
http://thehuntingtonspost.org/Artist-SilvioAlvarez.html

Blog da Associação Brasil Huntington repercute a entrevista http://brasilhuntington.blogspot.com.br/2012/11/the-huntingtons-post-entrevista-o.html


Veja o trailer do documentário produzido pela WeHaveAFace.org – com legendas em português



Site WeHaveAFace.org

The Huntington´s Post 

Site Associação Brasil Huntington 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Arte e conscientização ambiental – Arte e reaproveitamento - A arte de Eli Heil



"Quando não se pensava em reciclagem, eu já fazia reciclagem". 
Eli Heil - Pintora, desenhista, escultora e ceramista, natural de Palhoça - Santa Catarina

Em certo momento da minha carreira intuí que a colagem poderia ser levada às escolas e ser utilizada como ferramenta de conscientização ambiental. Nas oficinas, percebo que as crianças enxergam muito, muito longe, que não precisamos de um sermão enorme e enfadonho para falar da importância da reciclagem. 

No meu modo de pensar, quando a criançada produz arte com reaproveitamento de materiais, sejam eles quais forem, a mensagem é automaticamente transmitida e permanece, em sua mente e em seu coração, para toda a vida.

Hoje, ao visitar as escolas, noto que há um movimento muito legal nesse sentido, a meu ver bastante positivo, as crianças são estimuladas a produzir peças artesanais e artísticas com toda a sorte de materiais recicláveis.  


Dia desses, por intermédio do blog Mundo Collage, do Fernando Fuão, tomei contato com o maravilhoso Mundo Ovo da artista plástica catarinense Eli Heil. 

Pensei: os professores de arte do Brasil precisam conhecer melhor esse trabalho! Eli começou a produzir arte com reaproveitamento de materiais quando ainda a reciclagem nem sequer era mencionada. No próximo post, dentro da série “Arte e conscientização ambiental”, destinada, sobretudo, aos professores de arte, registrarei também o trabalho do paranaense Hélio Leites. 

Eli Malvina Heil nasceu em 1929, na cidade de Palhoça, Santa Catarina. Viveu sua infância e juventude no município vizinho de Santo Amaro da Imperatriz, tornando-se professora de educação física. Oportunamente, mudou-se para Florianópolis, onde  lecionou em um colégio da capital, antes de dedicar-se integralmente à atividade artística.

Pintora, desenhista, escultora e ceramista autodidata, participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior. Realizou um trabalho único, de difícil classificação, que na XVI Bienal Internacional de São Paulo foi catalogado como “Arte Incomum” (Art Brut).

“A arte para mim é a expulsão dos seres contidos, doloridos, em grandes quantidades, num parto colorido”.



Personagem - escultura com saltos de sapato

Em seu processo de criação utilizou os mais diversos materiais (saltos de sapato, tubos de tinta, canos de PVC, etc.) e inventou inúmeras técnicas.

Arte e superação

Eli Heil começou a pintar e a desenhar em 1962, após uma longa enfermidade que a obrigou a guardar à cama durante mais de cinco anos. Seu inseparável irmão, Rubens Diniz, lhe havia presenteado com um quadro pintado por um artista amigo. Eli, que jamais havia visto uma pintura em sua vida, responde num impulso incontrolável: “Mas isto eu também faço!”.


Vomitando criações – escultura em concreto e tubos de tinta 

E, desde então, não pára; inventando e explorando novas técnicas, em autodidata, que ela se orgulha de dizer que foram mais de 160 de sua própria invenção, como o trabalho de escultura em argila, os volumes em pano pintado almofadados, as esculturas monumentais em cimento colorido, a recuperação de garrafas de plástico de diversas cores, que ela derrete em seu fogão de cozinha, transformando-as em bichos ou estranha flora. Eli trabalha em estado de transe permanente, com a consciência de ser uma “animadora”, que dá vida e alma aos seres que pedem urgentemente para nascer (ou renascer).


Domingo no morro - Técnica mista 

Daí sua expressão de estar “grávida de monstrinhos”. O ovo, como símbolo de vida, cresce em seu ventre até a eclosão. E surge, com máxima urgência, “O Mundo Ovo”, que não pode parar. Primeiro em estado lento de gestação, depois o parto doloroso que a faz sofrer tanto, mas ao mesmo tempo lhe traz tanta alegria, por ser um parto colorido, com as cores do arco íris...

Eu encontrei minh´alma dentro de um quadro que eu fiz;
Ela me olhou e disse; você é feliz;
Então eu chorei vendo que era verdade;
A tristeza em volta passa a ser saudade;
E o mundo que eu encontrei será sempre lembrado;
Por amigos e parentes que por ele tenham passado;
Mas tudo isso pertence a terra, o que devo oferecer aos céus? 
Um quadro de minh´alma, sem lamentos e sem troféus.”  


Documentário - Eli Heil - Criadora e Criatura 

Direção • Kátia Klock | exibição • RBSTV e SESCTV

Fonte:

Site de Eli Heil
http://www.eliheil.org.br/


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Colagem: dicas para artesanato – Enfeites e cartões de Natal com colagem


Decorar a casa para o Natal, é uma daquelas atividades especiais que realizamos em família, antecipando a festa, e que guardamos em nossa lembrança para toda a vida. Hoje quero demonstrar com esse post que muitas dessas peças decorativas também podem ser produzidas com colagem.

As guirlandas abaixo foram produzidas com colagem de recortes de revistas sobre base de madeira descartada da fabricação de caixas acústicas, mas também podem ser produzidas sobre prato de papelão, disco de vinil...



Veja só esta árvore de Natal moderninha que produzi para a Revista Faça Fácil, em 2009, em parceria com a amiga Mércia Fígaro Nazário. Apliquei imagens de mãozinhas sobre as bolas de isopor pintadas. A estrutura, criada pela Mércia, é de arame bem grosso encapado com papel crepom.


E que tal produzir os cartões de Natal com colagem? 






Mãos à obra e um Feliz Natal a todos.

Paz, Saúde, Alegria a todos... Sempre com Arte!

Contato para oficinas
silvioalvarez@uol.com.br

www.silvioalvarez.com.br 

Oficina de colagem para idosos – CRAS de Macaé – RJ – Psicóloga Eliana Bess d´Alcantara


A exemplo das iniciativas de professores e de outros profissionais que participam de minhas oficinas e que passam a multiplicar o conceito levando a atividade para o seu campo de atuação, hoje cito o caso da psicóloga Eliana Bess d´Alcantara, de Campos dos Goytacazes – RJ. 


A diferença para as demais iniciativas é que Eliana ainda não participou de uma das minhas oficinas, passou a realizar a atividade no CRAS de Macaé - RJ apenas observando tudo o que eu dizia a respeito da atividade no blog, no site e nas redes sociais. 

Há cerca de três anos, a psicóloga, natural de Porto Alegre, tomou contato com o meu trabalho por intermédio de um retweet na rede social Twitter. Identificada com a proposta, visitou esse blog, o meu site, leu minha história, e passou a acompanhar o meu trabalho diariamente também via Facebook. 

Psicóloga clínica, música e educadora, Eliana manteve sempre um grande interesse pelas artes em geral e aprendeu desde cedo a pintar. Ao tomar contato com o meu trabalho de colagem, a psicóloga curtiu a ideia de poder “pintar com papel”. 

Em sua prática clínica, tanto na psicoterapia infantil, principalmente, como para adolescentes e adultos, Eliana Bess d´Alcantara emprega sempre música, poesia, literatura, cinema, desenhos e pinturas, jogos, e também a colagem, enfim, tudo aquilo que possibilitar e facilitar a expressão dos conteúdos internos, dos sentimentos e emoções, e conduzir ao autoconhecimento.  

Há dois anos Eliana passou a atuar como psicóloga, com grupos de convivência, em um CRAS – Centro de Referência de Assistência Social - de Macaé – RJ. Mensalmente é promovido no CRAS um encontro com os idosos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC (integrante do Sistema Único de Assstência Social  - SUAS) e com os idosos das famílias do serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, (que dinamiza a Proteção Social Básica, permitindo o fortalecimento dos vínculos familiares e sociocomunitários e interinstitucionais).

A ideia de realizar a atividade de colagem no CRAS de Macaé surgiu a partir dos posts que leu aqui no blog a respeito das oficinas para idosos no SESC de Piracicaba, Lar São Vicente de Paula, em Joanópolis, e no Recanto São João de Deus, em São José dos Campos.


“As reuniões tem sido com dinâmicas e palestras sobre algum tema interessante para eles, mas desejei fazer uma atividade diferente, prazerosa, mais lúdica, que também proporcionasse autoexpressão” 


“Já estava pensando nessa oficina, quando li de um trabalho seu com idosos num asilo. Então tive certeza que daria certo. No início eles se surpreenderam. Uma idosa perguntou, descrente e entediada, qual a finalidade da atividade. Respondi que no final saberia por si mesma. Ela fez o trabalho com dedicação, e depois de pronto, sugeriu que poderia complementar em casa, colando no centro a foto do neto.”



“Todos participaram com muito entusiasmo, e senti alegria em cada um produzindo a sua própria obra de arte. Achei a experiência tão positiva que pretendo repetir.”

Eliana Bess d´Alcantara
Contato: elianabess@psicoevida.com 

Site de Eliana Bess d´Alcantara – Psicologia e Vida
http://www.psicoevida.com 

Outros posts sobre oficinas para idosos

Oficina no SESC Piracicaba – SP
http://silvioalvarez.blogspot.com.br/2012/10/silvio-alvarez-oficinas-de-arte-e.html

Oficina Lar São Vicente de Paula – Joanópólis – SP
http://silvioalvarez.blogspot.com.br/2012/10/oficina-de-colagem-para-idosos-lar-sao.html

Oficina Recanto São João de deus – São José dos Campos - SP
http://silvioalvarez.blogspot.com.br/2012/08/oficina-no-recanto-sao-joao-de-deus.html


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Oficina para professores na Universidade Estadual de Maringá – UEM – PARFOR



A convite da Universidade Estadual de Maringá, de 16 a 19 de novembro de 2012, visitei esta bela cidade paranaense a fim de realizar palestra e oficina para cerca de 60 professores de arte das redes municipal e estadual, como parte do PARFOR, Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. 

O Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica é resultado da ação conjunta do Ministério da Educação (MEC), de Instituições Públicas de Educação Superior (IPES) e das Secretarias de Educação dos Estados e Municípios, no âmbito do PDE - Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação – que estabeleceu no país um novo regime de colaboração da União com os estados e municípios, respeitando a de autonomia dos entes federados. É destinado aos professores em exercício das escolas públicas estaduais e municipais sem formação adequada à LDB, oferecendo cursos superiores públicos, gratuitos e de qualidade.

O evento aconteceu, no dia 17, no campus da UEM. Na parte da manhã ministrei palestra, na qual apresentei o meu trabalho, o conceito da colagem como ferramenta didática para conscientização ambiental e para o ensino da arte, e um resumo da História da Colagem. 

Ainda na parte da manhã, os professores participaram de uma oficina básica de colagem. 








Na parte da tarde, realizei oficina avançada para que os professores pudessem conhecer um pouco mais a respeito das possibilidades da utilização da técnica como expressão artística. 







Agradeço o convite, a atenção, o carinho e a paciência da Profa. Kiyomi Hirose, Coordenadora de Artes Visuais da UEM, a todos os professores do curso de Artes Visuais da UEM pelo carinho e primordial apoio e aos professores participantes do PARFOR da UEM pela maravilhosa dedicação às oficinas e palestra. Muito obrigado, gente. Foi uma experiência maravilhosa!

Contato para oficinas
silvioalvarez@uol.com.br 
www.silvioalvarez.com.br