quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Oficinas de arte para idosos do Lar São Vicente de Paula - Joanópolis – Música e colagem


No dia 24 de janeiro de 2013 realizamos a 5° oficina de artes no Lar São Vicente de Paula. A atividade, agora realizada mensalmente na instituição, tem o objetivo de proporcionar maior bem-estar aos idosos. 

A oficina de artes no Lar São Vicente de Paula é realizada por uma dedicada e querida equipe: Aline Poli,Juliana Antonia Campos, Mariane Carvalho, Ruth Padula Hohagen, Tatiani Oliveira, Paula Tucci e este vosso amigo arteiro. Nessa 5° oficina contamos com a participação especial do cantor e compositor Juninho Serafranny, locutor da Rádio União de Joanópolis, neto do saudoso João Egídio, folgazão de São Gonçalo. 

A fim de compartilhar nossas experiências com profissionais de todo o Brasil, procuro sempre registrar aqui no blog todos os detalhes técnicos da atividade. 



A oficina iniciou com a apresentação do jovem e talentoso músico, que tocou cerca de 10 músicas tradicionais do cancioneiro popular. Como, por exemplo, “Menino da Porteira” e “Romaria”.
Ouça Romaria na voz de Juninho Serafranny 

Entre uma canção e outra buscamos trabalhar a memória afetiva dos participantes pedindo para que estes contassem histórias que viveram na infância. Dona Zezé, natural de Pernambuco, lembrou quando ia pescar no Rio Capibaribe com suas amigas, quando tinha 13c anos de idade. Dona Ana lembrou de uma vaca que o seu marido comprou, batizada de Meia Noite e que era muito brava. Dona Vera lembrou que gostava de participar das aulas de arte na escola e que uma vez pintou um patinho amarelo... 


Dona Ana contando a história da vaca Meia Noite

Preparamos previamente um painel de MDF produzido em colagem com paisagem típica da cidade de Joanópolis...


Selecionei e colei em papel mais grosso (para facilitar a colagem) dezenas de figuras com imagens que poderiam ser associadas a boas lembranças dos tempos de infância ou mocidade.


Cada um dos idosos escolheu uma ou duas imagens e colou no painel, em local de sua escolha, com o apoio dos profissionais.






Foi uma manhã inesquecível. Os idosos cantaram, bateram palmas, participaram pra valer. Como a atividade incluía música, praticamente todos os idosos do Lar puderam participar.



Vejam só como ficou o painel com as imagens coladas pelos idosos...



A nossa equipe! Faltando na foto a querida Tatiani Oliveira que precisou sair um pouquinho antes. 



Mais fotos da oficina







Confira os posts a respeito das oficinas anteriores no Lar São Vicente de Paula, em Joanópolis

1° e 2° oficina - Colagem http://silvioalvarez.blogspot.com.br/2012/10/oficina-de-colagem-para-idosos-lar-sao.html

3° oficina - Pintura  http://silvioalvarez.blogspot.com.br/2012/11/oficina-de-arte-e-criatividade-para.html

4° oficina - Pintura em bolas de Natal http://silvioalvarez.blogspot.com.br/2012/12/oficinas-de-arte-para-idosos-pintura-de.ht

Contato com Silvio Alvarez

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Oficinas de arte e criatividade - colagem para crianças, jovens e adultos surdos – Escola Helen Keller


Tomei contato com o trabalho da Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Helen Keller, localizada no bairro da Aclimação, em São Paulo, por intermédio do Twitter, ao conhecer e trocar informações com a diretora Mônica Amoroso. 


Com a diretora Mônica Amoroso, parceria firmada, e alguns dos trabalhos de colagem desenvolvidos durante as oficinas em exposição no 60° aniversário da escola. 

Em 2012, a EMEBS Helen Keller comemorou 60 anos de existência. Fundada em 13 de outubro de 1952 e é a 1º escola pública de São Paulo a atender crianças surdas. O atendimento especializado foi ampliado e hoje a escola é voltada para educação de crianças, jovens e adultos com surdez, com surdez associada a outras deficiências, limitações, condições ou disfunções e surdocegueira.


Helen Keller (1880-1968) foi uma escritora, filósofa, ativista social e conferencista norte-americana que, surda e cega desde os primeiros anos de vida, comprovou, com a sua trajetória, que as deficiências sensoriais não são, e não devem ser impedimento para a realização pessoal. Anne Sullivan foi sua professora, companheira e protetora. 

Até o momento, durante o segundo semestre de 2012, realizei 6 oficinas para crianças, jovens e adultos surdos na escola. Escrevo este post com o intuito de que outros profissionais de artes tenham mais informações para o desenvolvimento de projetos similares voltados a esse público específico.  


Algo muito importante para a realização das atividades é termos a consciência de que o contato será extremamente facilitado se procurarmos pensar como surdos, e não como ouvintes. Como ouvintes, adquirimos alguns “vícios” de linguagem, formas de nos relacionarmos com o mundo que não necessariamente fazem o mesmo sentido aos surdos.  Exemplo disso é a relevância da imagem para eles. Se para os ouvintes a imagem tem enorme atrativo, para os surdos o significado é ainda maior. 


Como não domino a língua brasileira de sinais, durante as atividades, contei com o suporte das professoras. A princípio realizei as oficinas com as professoras traduzindo simultaneamente o que eu tinha a dizer. Contudo, concluí que a melhor forma de comunicação era explicar antes a etapa da atividade para a professora e deixá-la apresentar aos alunos a seu modo. Na sequência, ilustrava a apresentação com mímica, realizando a etapa procurando ressaltar os movimentos faciais. Com a tradução simultânea, as crianças ficavam sem saber se olhavam para mim ou para os sinais da professora. 





A quantidade de participantes que se mostrou ideal para a oficina de colagem para surdos é de 15 pessoas e com, no mínimo, duas horas e meia de duração. O tamanho da base em papel cartão, em relação às demais oficinas, permaneceu o mesmo (15 x 15 cm), bem como os outros materiais. Quando a surdez é associada a outras deficiências, limitações, condições ou disfunções, a atividade é realizada tão somente com imagens e texturas rasgadas, sem o emprego da tesoura, e com base em papel cartão 20 x 15 cm. 




Outro aspecto importante é a apresentação da proposta da colagem de “textura de fundo” (expressão utilizada comumente nas minhas oficinas). No lugar de colar “textura de fundo” propusemos aos participantes que buscassem nas revistas cores que combinassem com a imagem central escolhida.

Para facilitar a apresentação em libras, cada etapa é anunciada separadamente. Primeiro buscam a imagem central e a recortam, na sequência buscam as cores e rasgam os pedaços. Por fim, partem para a colagem, primeiro das cores e depois da figura central. 

É possível propor a atividade como “pintura com papel”. Depois de realizar algumas oficinas, cheguei à conclusão de que a melhor forma de se apresentar o que teria de ser feito era demonstrar fazendo.

Oficina de colagem para o Gabriel, aluno surdocego. 

No mês de outubro de 2012, realizei oficina para o Gabriel, aluno surdocego, que perdeu a visão por volta dos cinco anos de idade. Para tanto, contei com o suporte da professora Magaly Dedino, que no período da manhã leciona exclusivamente para o jovem. Gabriel, que se comunica por intermédio de libras táteis, já desenvolve, tanto em casa quanto na escola, uma série de atividades manuais e demonstrou grande habilidade ao utilizar a tesoura.


Com a Profa. Magaly Dedino e seu aluno e, abaixo, a colagem do Gabriel


 Aproveito a oportunidade para agradecer a toda a equipe da Escola Helen Keller pela atenção, carinho e paciência para com este arteiro recortador de papelzinho. Em 2013 estarei novamente com vocês. 






Contato para oficinas ou para mais informações

Mais fotos das oficinas na Escola Helen Keller

Blog da Escola Helen Keller
http://surdohk.blogspot.com.br/

Helen Keller – Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Helen_Keller

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Colagem – dicas para artesanato – colagem em espelho de interruptor


A dica de hoje é baseada no trabalho de Celso Frederico, arteterapeuta e pedagogo de Bragança Paulista – SP. Celso participou da minha oficina de colagem na pós-graduação em Arteterapia da Unip, em São Paulo, e de lá pra cá não parou mais de produzir e de procurar aprimorar a técnica.

A grande sacada do Celso foi começar a produzir colagens personalizadas, inclusive com fotos, em espelhos de interruptores. O acabamento é o mesmo que emprego em meus quadros e que ensino nas oficinas.

Vejam só a colagem que ele me enviou de presente;


Outros trabalhos do Celso.




Celso Frederico mantém um grupo de ArtDecoração no Facebook
http://www.facebook.com/groups/364213860316681/?fref=ts

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Colagem – Esta técnica tem História – Hannah Höch, a pioneira da fotomontagem



Hannah Höch - Uma mulher à frente de seu tempo


Hannah Höch (1889-1978), artista alemã, foi uma das mais importantes representantes do movimento Dadaísta e, juntamente com Raoul Hausmann, com quem teve um relacionamento, foi pioneira na arte da fotomontagem. 



Formada na Escola de Artes e Ofícios de Berlim, durante a carreira, Höch fez muitas amizades influentes, com Kurt Schwitters e Piet Mondrian, entre outros. Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, deixou a escola para trabalhar com a Cruz Vermelha. Participou do grupo Dadaísta de Berlim de 1917 a 1922.



O relacionamento com Hausmann começou como uma amizade, mas aos poucos se transformou em um relacionamento intenso, extraconjugal por parte dele. Durante esse relacionamento, após enfrentar dois abortos, passou a defender o direito das mulheres ao controle reprodutivo. Muitos de seus trabalhos refletem a ideia de que as mulheres  eram vistas como pessoas incompletas, com pouco ou nenhum controle sobre suas vidas. Muitas de suas peças criticam com ironia a indústria da beleza, que em sua época ganhava impulso significativo nos meios de comunicação através da ascensão da moda e da fotografia publicitária. Hannah Höch também fez fortes declarações sobre a discriminação racial.


Sua opção pela fotomontagem, reconstruindo imagens de revistas, um meio de comunicação de massa, foi de encontro ao questionamento da arte, proposto pelo movimento dadaísta. 


O seu trabalho como artista foi reconhecido tardiamente, já que era comumente citada, e acabou ficando conhecida, como a companheira de Raoul Hausmann. Em 1926, enquanto residia na Holanda, conhece e mantém um relacionamento de nove anos com a escritora Til Brugman. Em 1938, casa com o empresário e pianista Kurt Matthies, divorciando-se em 1944. Embora, durante a sua vida, o seu trabalho nunca tivesse sido verdadeiramente aclamado, ela continuou a produzir as suas fotomontagens e a exibi-las até a data da sua morte.

Hannah Höch – Wikipedia (português)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hannah_H%C3%B6ch

Hannah Höch – Wikipedia (inglês)
http://en.wikipedia.org/wiki/Hannah_H%C3%B6ch

Viva la Vulva
http://vivalavulva.wordpress.com/2010/07/26/hannah-hoch/ 

Collage - Hannah Höch
http://169riveroc.blogspot.com.br/2009/08/collage-hannah-hoch.html

Moma – The Collection
http://www.moma.org/collection/object.php?object_id=37360

Colagem – Esta técnica tem história – As animações surrealistas do Monty Python, por Terry Gilliam



Outra grande referência da collage mundial é o trabalho de animação de Terry Gilliam para o Monty Python.  As animações surreais de Gilliam para o grupo britânico têm um estilo único. Ele misturou a sua própria arte com recortes de revistas e fotografias antigas, na sua maioria da era Victoriana.


O grupo Monty Python foi o criador e atuou na série cômica Monty Python's Flying Circus, um programa de televisão britânico, levado ao ar pela primeira vez em 5 de outubro de 1969. Contudo, o fenômeno Python não ficou limitado à série televisiva, ganhou o mundo por intermédio de shows, filmes, programas de rádio, livros, entre outros, além de lançar seus seis integrantes ao estrelato.


Terry Gilliam foi um dos fundadores do Monty Python. No princípio, era credenciado como animador (o seu nome aparecia separado dos outros membros nos créditos), mais tarde também entrou na série como ator. As suas animações ligavam os sketches do programa e definiam o visual do grupo em outras mídias (como LP’s, capas de livros e as sequências de abertura nos filmes).

No vídeo a seguir, de 1974, em programa infantil da BBC, Terry Gilliam dá detalhes técnicos de como eram produzidas suas animações (em inglês) 


O Monty Python foi originalmente composto por Eric Idle, Graham Chapman, John Cleese, Michael Palin, Terry Jones, jovens atores britânicos responsáveis por um novo estilo de texto e representação, marcadamente anárquico e pautado pelo completo surrealismo das cenas. Completava o grupo, com sua arte, Terry Gilliam, cartunista que trabalhara na revista Mad.

O grupo também contava com Carol Cleveland, Neil Innes e alguns outros atores, todos tendo participações menores. De igual modo, fizeram participações especiais celebridades como Steve Martin, Douglas Adams (autor da série O Guia do Mochileiro das Galáxias), Rowan Atkinson (ator que interpreta Mr. Bean) e os ex-beatles Ringo Starr e George Harrison.


Fonte:
Monty Python – Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Monty_Python


Terry Gilliam – Wikipedia