sexta-feira, 10 de maio de 2019

Artista plástico Silvio Alvarez participa do projeto coletivo terras Indígenas 2019 no espaço Philippe Noiret, em Clayes Sous Bois, região metropolitana de Paris



                                        Espaço Philippe Noiret, em Clayes Sous Bois, França

Nos meses de abril e maio de 2019 participo, pela segunda vez, do Projeto Coletivo Terras Indígenas, uma iniciativa da artista plástica Claudia Campos, que reside na França. A exposição da edição 2019 acontece no espaço Philippe Noiret, em Clayes Sous Bois, na região metropolitana de Paris. 

Terras Indígenas, criado em 2005 por Claudia Campos, é um projeto interativo com artistas convidados e propõe que cada participante crie um trabalho artístico inspirado num povo indígena. Na edição 2019, pela primeira vez, houve a participação de artistas plásticos indígenas. 



Participo com o quadro Kaali - the master of gardens – collage sobre MDF – 30 x 30 cm - 2019, contando, mais uma vez, com a consultoria do antropólogo e professor de religião, americano, Robin Wright, especializado em religiões indígenas sul-americanas.


O quadro Kaali, em exposição no Espaço Philippe Noiret 


O quadro traz, no centro, o desenho de autoria do jovem Felipe da Silva de 21 anos, filho de um pajé Baniwa, representando o mito indígena Kaali. Felipe da Silva pertence à aldeia Uapui Cachoeira, Rio Aiary, município de Sao Gabriel da Cachoeira - AM.

Os Coripaco vivem na Colômbia e no Alto Içana (Brasil). Já os Baniwa vivem na fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela. As duas etnias, aparentadas e vizinhas, têm em sua cultura muitos pontos em comum.





Os objetivos principais do projeto são de permitir aos participantes e ao publico : - de descobrir a diversidade das culturas indígenas do Brasil - de compreender a complexidade da vida em que estão inseridos atualmente - de compreender a relação deles com a natureza, seus saberes tradicionais, valores sociais e culturais, o uso da tecnologia, a formação acadêmica para fortalecimento dos povos, o feminismo...- de construirmos uma visão diferenciada, com menos estereótipos e mais respeito sobre os indígenas - de estabelecer um dialogo entre as pessoas de origem indígena, os participantes do projeto e o grande publico.




Participo pela segunda vez do projeto Terras indígenas.  Na minha primeira participação, em 2010, em exposição realizada no Memorial dos Povoos Indígenas, em Brasília, com o quadro A Criação, também abordei as etnias irmãs Baniwa – Coripaco com a consultoria do antropólogo Robin Wright.
Que incluía a História da Criação, a ele transmitida pelo xamã Baniwa Matteo Pereira e muitas fotos.




Para compor o quadro A Criação (colagem sobre madeira – 40 x 38 cm) me baseei em elementos fornecidos pelo antropólogo: a História da Criação, a ele transmitida pelo xamã Baniwa Matteo Pereira e fotografias de sua autoria.


“Ele (o Criador) foi para o umbigo do universo em Hipana. (uma cachoeira, onde teriam sido criados todos os povos da região). Ele ouviu as pessoas saindo do umbigo (um buraco no meio da cachoeira, na rocha, de onde saíram os antepassados dos povos). Eles saíram um após o outro e Ele deu a cada um a sua terra. Então Ele começou a noite, o cesto contendo a noite abriu-se um pouco e a noite veio cobrindo o mundo em trevas”.

Gratidão Cláudia Campos por mais esta carinhosa oportunidade! 


A artista plástica brasileira Cláudia Campos. Foto: RFI



Confira artigo da jornalista Márcia Bechara - RFI
Protagonismo indígena do Brasil nas artes plásticas é tema de exposição na França

Contato Silvio Alvarez

Nenhum comentário:

Postar um comentário