quinta-feira, 11 de março de 2010

Colagem - Silvio Alvarez - Projeto Terras Indígenas

Recebi o convite para participar do projeto e logo fiquei bastante empolgado com a idéia proposta. O projeto Terras Indígenas é uma exposição coletiva de artes plásticas com curadoria de Cláudia Camposs, que será realizada de 19 a 26 de Abril de 2010, durante a Semana dos Povos Indígenas, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília.



O projeto propõe que cada participante crie um trabalho artístico inspirado num povo indígena. Aproximadamente 60 artistas responderam à convocatória. A este arteiro que vos escrevinha coube falar do povo Coripaco.

Os Coripaco vivem na Colômbia e no Alto Içana (Brasil). Já os Baniwa vivem na fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela. As duas etnias, aparentadas e vizinhas, têm em sua cultura muitos pontos em comum.

Pesquisei na internet, li muita coisa sobre as etnias e nada de vir inspiração. Faltava emoção. Como ainda não ficou pronta a Estação Alto Rio Negro do Metrô para ir lá conferir de perto como vivem os índios, resolvi procurar alguém que pudesse me contar algo a respeito dos Coripaco. Procurava uma lenda, mágica, intensa e surreal.

Vasculhando aqui, xeretando acolá, li sobre o estudioso americano Robin M.Wright, antropólogo e professor de religião, especializado em religiões indígenas sul-americanas. Para ter uma idéia do conhecimento dele, praticamente todo o conteúdo que trata dos Coripaco e dos Baniwa no site do Instituto Sócio Ambiental (ISA) é de sua autoria. Com a cara de pau de sempre, resolvi escrever para o homem. O máximo que poderia acontecer era eu ficar sem resposta.

Não fiquei, muito pelo contrário. Professor Robin me adicionou no Skype, pediu mais informações e em poucos dias eu estava com um material riquíssimo. Que incluía a História da Criação, a ele transmitida pelo xamã Baniwa Matteo Pereira e muitas fotos.



Para compor o quadro A Criação (colagem sobre madeira – 40 x 38 cm) busquei inspiração no seguinte trecho da narração:

Ele (o Criador) foi para o umbigo do universo em Hipana. (uma cachoeira, onde teriam sido criados todos os povos da região). Ele ouviu as pessoas saindo do umbigo (um buraco no meio da cachoeira, na rocha, de onde saíram os antepassados dos povos). Eles saíram um após o outro e Ele deu a cada um a sua terra. Então Ele começou a noite, o cesto contendo a noite abriu-se um pouco e a noite veio cobrindo o mundo em trevas”.


Site do Prof. Robin Wright http://www.robinmwright.com/Biography.html

2 comentários:

  1. Tô muito orgulhosa desse amigo tão querido!!! Mais uma obra nasceu de seu umbigo e se traduziu em beleza através de suas mãos arteiras... parabéns!
    Ainda não recebi das alunas as fotos da oficina que você deu lá na Pós, não esqueci não, eu vou cobrar delas tá? Beijos!

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