Mortlake Terrace, quadro de William Turner, de 1826
Tomei contato com a história que compartilho a seguir ao ler Para apreciar a arte, livro do Prof. Antonio F. Costella.
Prof. Antonio F. Costella
Antonio Fernando Costella é bacharel em direito pela Universidade de São Paulo, foi professor de História e Legislação dos Meios de Comunicação na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero e da Escola de Comunicações e Artes da USP. Lecionou durante cerca de 30 anos na UNITAU e foi também professor na universidade de Santos e na Escola Superior de Jornalismo do Porto, em Portugal.
O professor teve sua vida transformada ao adotar um cão vira-lata, o querido Chiquinho. Ao levar o animal ao veterinário foi comunicado que o cão morreria de saudades se ficasse sozinho por um longo tempo. Sendo assim, decidiu levar o novo amiguinho em sua viagem à Europa. A experiência – aventura rendeu um sucesso editorial. Dessa forma Costella teve a feliz ideia de escrever a série Patas, a começar por Patas na Europa, tendo o cão Chiquinho como narrador.
Em seu livro Para apreciar a arte, leitura obrigatória para quem deseja compreender e aprimorar o ritual da apreciação estética, o professor narra a história do quadro Mortlake Terrace, de William Turner.
Romântico da Era Vitoriana, Turner foi um estudioso da luz. Interessava-lhe, especialmente, a aplicação da luz e sua incidência sobre as cores da maneira mais natural possível.
Durante o seu vernissage, em 1826, quando apresentou o quadro Mortlake Terrace, pintado totalmente contra a luz, eis que acontece algo sui generis na História da Arte.
Turner vai almoçar e deixa a exposição sozinha. Um pintor amigo, supostamente rival, Edwin Landseer, ao apreciar a obra, julga que algo faltava alí. Especializado em pintura e escultura de animais, Landsheer não teve dificuldade para recortar um cachorro de papel e colá-lo na obra a seu bel prazer.
Ao retornar do almoço e deparar-se com a inesperada intervenção, William Turner, mesmo atônito, não ficou contrariado, ao invés disso gostou e aceitou a traquinagem artística do colega. Tomou a iniciativa, apenas, de complementar pintando o cãozinho de preto e reposicionando-o alguns centímetros para o lado.
Landsheer é outro exemplo de amor à arte e aos animais. Em suas pinturas e esculturas, Sir Edwin Henry Landseer buscava apresentar a anatomia animal com reconhecida habilidade. Demonstrava também a tendência de humanizar e sentimentalizar essas características para destacar sua visão moral a respeito da vida.
Acredita-se que, no fim de seus 30 anos, o artista sofreu um colapso nervoso substancial e que, pelo resto de sua vida, viveu episódios recorrentes de melancolia, hipocondria e depressão, muitas vezes agravados pelo uso de álcool e drogas. Em julho de 1872, chegou a ser declarado louco por sua família.
The Chief Shepherd's Mourner, de 1837
Por pintar muitas cenas de caça, porém, seus trabalhos por vezes foram duramente criticados. O que, ao admirar algumas de suas pinturas, não parece, contanto, condizer com a realidade. Caso do quadro The Chief Shepherd's Mourner, de 1837.
Fonte:
Para apreciar a arte – Antonio F. Costella – Editora Senac
O cachorro de papel de Edwin Landseer – por Lora Taylor Gray
https://www.csmonitor.com/1989/1117/udog.html
Wikipedia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Fernando_Costella
https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Turner
https://pt.wikipedia.org/wiki/Edwin_Landseer
Contatos Silvio Alvarez
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silvioalvarez@gmail.com
adorei esse artigo
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ResponderExcluirMuito interessante, curioso e inspirador! Há pessoas que têm o especial dom de saber
ResponderExcluirse sintonizarem com a criatividade com eloquência e alegria !!!
que bom que gostou Vera. :)
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