Devido à distância (ele mora em Porto Alegre e eu em Joanópolis – São Paulo) ainda não conheço Fernando Fuão pessoalmente, mas esse detalhe não impediu que déssemos início a uma amizade muito legal. Uma amizade daquelas que nascem quando encontramos alguém que também acredita nas mesmas coisas, que enxerga a vida de uma forma semelhante, que também viu o mesmo disco voador.
Fernando Fuão é autor de A Collage como Trajetória Amorosa, leitura obrigatória para quem pretende conhecer e trabalhar com essa que considero a mais democrática das expressões artísticas.
Fernando Freitas Fuão é collagista, arquiteto, doutor pela Escuela Tecnica Superior de Arquitectura de Barcelona, professor da Faculdade de Arquitetura e do Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
As idéias contidas no livro foram originadas dos estudos e investigações de Fernando Fuão, no período de 1985 a 1992, e culminaram na tese doutoral intitulada Arquitetura como Collage, desenvolvida na Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona.
De certa forma inspirado por Roland Barthes e seu Fragmentos de um Discurso Amoroso, em A Collage como Trajetória Amorosa Fuão traça uma teoria da criação da collage a partir dos seus instrumentos e materiais: tesoura (recorte), cola, as figuras (fragmentos) e os encontros das figuras.
Fuão acredita que há muito tempo vem se aceitando a ingênua e simplista definição de collage como um procedimento que cola pedaços de papel ou qualquer tipo de material sobre um suporte ou quadro. Segundo o autor esta generalização provocou uma depreciação do termo e por conseqüência um esvaziamento poético enquanto forma de representação.
Para o autor a collage é um processo de produção de novos objetos e figuras já existentes. É um procedimento que tem seu produto originário da fusão associativa de formas e idéias, sendo um modo de deixar o mundo falar através de suas imagens, signos e fragmentos. É uma linguagem, uma conversa que grita contra as ordens das coisas, de seus conceitos e significados, de suas intolerâncias e preconceitos. É uma anti-linguagem, um linguagem de violação de códigos.
Collage ou colagem?
Em a Collage como Trajetória Amorosa Fernando Fuão apresenta a collage em seu sentido surrealista, de uma mudança, de uma transformação no significado das figuras e seres em oposição à expressão “colagem”, utilizada para designar todo e qualquer trabalho que resulta da aplicação do material colado num plano, onde sua ênfase recai no tratamento do material e não em uma linguagem, como sugeriu Sergio Lima.
Para adquirir o livro A Collage como Trajetória Amorosa entre em contato com Fernando Fuão pelos endereços de e-mail:
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