segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Artista plástico de colagem Silvio Alvarez participa do Museu da tesoura, iniciativa de Hélio Leites, em Curitiba




Tomei contato com o trabalho de Hélio Leites em algumas ocasiões, em 2010, quando realizei oficinas para os artesãos licenciados de Curitiba, e, mais recentemente, por indicação da Profa. Tânia, ao realizar oficinas na Universidade Estadual de Maringá. Há alguns anos o meu aprendiz  Leonardo Giovane foi visitá-lo em seu espaço na Feira do Largo da Ordem, às vezes conversamos pelo messenger do Facebook, por e-mail e por carta mesmo. Contudo, ainda não tive a alegria de conhecer Hélio Leites pessoalmente. 

Recentemente Hélio me enviou o seu maravilhoso livro e na ocasião  incluiu o convite para que eu enviasse uma peça representativa do meu trabalho que pudesse integrar sua mais nova iniciativa, o Museu da Tesoura. 

Feliz da vida, reservei uma tesoura do exato modelo que utilizo todos os dias em meu ateliê e produzi nela uma collage com fragmentos de obras de arte. Gratidáo Hélio querido pela oportunidade e lembrança do meu nome. É uma honra participar do seu Museu da Tesoura. 


Hélio Leites – “O significador de insignificâncias”.  



José Hélio Silveira Leites nasceu no dia 21 de janeiro de 1951, na Lapa, Paraná, cidade a 62 km de Curitiba. Passou a infância em Apucarana, e morou também em São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. Hoje reside em Curitiba, no bairro do Pilarzinho. 

Formado em economia, trabalhou como bancário por 25 anos, no Banco do Estado de São Paulo. Em certo momento, decidiu por algo mais prazeroso e condizente com sua vocação, deixou o banco e montou uma barraca na tradicional Feira Garibaldi, mais conhecida como Feira do Largo da Ordem, no centro histórico da capital paranaense. 

“Acha que Deus faria uma máquina que nem essa, que pisca, que ri, que chora, para ficar carimbando cheque devolvido de uma pessoa que você não conhece? Achei que Deus tinha reservado uma coisa melhor pra mim”. 

Frases de Hélio Leites 

“Quem está desempregado é porque está procurando no lugar errado.”

“Fazer o que a gente não gosta é o pior desemprego do mundo”.

“Sabe quando a gente cai do cavalo na vida? Quando a gente acredita 51% nos outros e 49% na gente”. 

“Às vezes não é a vida que está errada, é o seu slogan que está errado”. 
 “Não se preocupe com o caminho, cuide do sonho – O sonho inventa o caminho” 

“Tristeza é a falta de alegria”. 

“Eu não quero mudar a História da Humanidade, só quero deixar ela com um discurso a mais”. 


Com o objetivo de manter contato com os artistas locais, cursou xilogravura, monotipia, cerâmica, desenho, colagem, e frequenta galerias de arte.

Naturalmente, seguiu o caminho de miniaturista. Produz peças meticulosas a partir do reaproveitamento de toda a sorte de materiais, como um botão, uma lata de sardinha, um palito de sorvete ou uma casca de pinhão. 

“Faço miniaturas para que não se perca a essência da proporção”. 

Ao pesquisar na internet é possível encontrar uma gama infinita de denominações para Hélio Leites, mas a denominação mais célebre, porém, partiu do poeta curitibano Paulo Leminski, em artigo publicado no dia 29 de março de 1986: "Hélio Leites, o significador de insignificâncias”.

Em 1984, fundou o Museu Casa do Botão, sediado na capital paranaense, mas sem prédio fixo. O museu é portátil e cabe em uma mala, acompanhando o artista pelos diversos cantos do país. Está todo domingo na Feirinha do Largo da Ordem, em Curitiba, no setor histórico. Agora, a nova proposta é o Museu da Tesoura. 



A obra de Leites não é estática, vai a escolas, praças, feiras e a muitos outros lugares. É munida de um enorme potencial educativo, suscitando ideias e reflexões que vão desde a literatura, ecologia, até conceitos do esporte, tudo por meio da arte e da história do artista. “Mínimos” retrata, nas palavras de Leites, “a história de um artesão lutando com caixinhas de fósforo, palitos de sorvete e outras miudezas, tentando consertar o jeito do mundo se enxergar e se aceitar”.

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