É com grande alegria que participo da blogagem coletiva neste Dia do Estudante, 11 de agosto de 2011, denominada Estudar Vale a Pena. Tema este que é também o nome da campanha que o Instituto Unibanco desenvolve em escolas públicas de Ensino Médio.
Conheça a iniciativa http://www.estudarvaleapena.com.br/oque_e.php
O post de hoje é também uma oportunidade de homenagear meu pai, Noely Alvarez, que faleceu em 2005 e que amava estudar. Durante toda a sua vida, meu pai reiterou a importância do estudo e demonstrou, na prática, que tudo o que se aprende tem muito valor, se não diretamente na área profissional escolhida, para sermos pessoas melhores.
Tentei voltar mais tarde para uma sala de aula e não consegui. Sigo em frente como artista plástico, mas percebo que a minha carreira seria outra se hoje estivesse com a minha graduação em jornalismo (que era a minha vontade à época), em psicologia ou artes plásticas. Mas quem sabe? Ainda não desisti da idéia.
O estrago só não foi maior porque estudei em boas escolas e porque meu pai sempre dava um jeito de me manter motivado. Aos 7 anos de idade, me presenteou com um jogo da memória com todas as bandeiras do mundo. Ele comprou dois fascículos que traziam as bandeiras dos países, colou-as em duplicidade em papel cartão e deixou que a minha imaginação fizesse o resto. As bandeiras que faltavam, ele produziu colando pedacinhos de papel de revistas. Creio que foi neste momento que o meu pai plantou neste ser intuitivo e arteiro a idéia da colagem. Além disso, até hoje sei de cor quase todas as bandeiras do mundo o que despertou também a curiosidade de conhecer outras culturas.
Eu dediquei horas e mais horas dos meus petizes dias a brincar com aquelas bandeirinhas. Com um dado, gostava de promover campeonatos de qualquer coisa envolvendo as nações.
Na escola, podia não ser o melhor da classe, mas sempre fui muito participativo. Ninguém pode dizer que não fui um aluno atuante. Fui eleito presidente do Centro Cívico na escola municipal e atuei como diretor de teatro e editor do jornal do Liceu Pasteur. Também no Liceu Pasteur, cheguei a conseguir o empréstimo de dois automóveis, um calhambeque e um moderno, para o estande da Feira de Ciências, entre outras interessadas e pertinentes estripulias estudantis.
Nunca pensei de desistir dos estudos porque a escola era também a minha maior diversão. As atividades extracurriculares, sobretudo, me encantavam. Produzir trabalhos e cartazes com colagem de recortes de revistas, então, era uma verdadeira festa. Outro ponto que quero reiterar é a importância da participação dos meus pais em todo esse processo, foi fundamental.
Outro bom exemplo da participação do meu pai aconteceu já no primeiro ano do colegial. O professor de biologia pediu para que coletássemos insetos para posteriormente classifica-los. Meu pai me levou em todos os parques municipais e, juntos, coletamos centenas de exemplares. Peguei tantos insetos que algumas espécies devem estar em risco de extinção até hoje. Tirei 9,5! E mais importante do que a nota foi tudo o que aprendi com o trabalho, além da diversão de passear e curtir meu pai, lógico.
Com 16 anos, ainda no Liceu Pasteur, atuei em teatro amador na Biblioteca Viriato Correa, pertinho da escola. E por editar o jornal do colégio acabei também escrevendo para revistas de bairro e para jornais do interior do estado. Nesta época conheci a Miriam Martinez, então assessora de imprensa da gravadora RCA Victor, e passei a ser convidado para coletivas de imprensa com grandes nomes da nossa música. Na foto abaixo, com o saudoso Luiz Gonzaga e a turma toda do jornalismo musical da época. Era o caçula da galera.
O mais legal é poder constatar que hoje tenho a oportunidade de dividir parte de todo este aprendizado com as crianças e jovens que participam das minhas oficinas. No SESC Ipiranga, em 2008, com a participação de adolescentes da comunidade de Heliópolis, produzi um painel de 5 metros representando o mapa-mundi. Os jovens tinham de pesquisar na internet o que colar em cada parte do mapa. Foi uma experiência incrível que me fez lembrar do meu pai e dos tempos de escola.
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